Modelo de Inovação Aberta – Open Innovation
O IPET é agora um membro de Centro de Open Innovation – Brasil
O modelo de inovação aberta foi criado por Henry Chesbrough, com o lançamento do livro“ Open Innovation” em 2003. Segundo Chesbrough (2006) o conceito aberto ilustra um funil de ideias, porém diferente do modelo de funil fechado. Este é um funil poroso, onde se aproveitam mais as oportunidades externas, dentro de um ambiente aberto, explorando tecnologias e recursos, conforme mostra a figura abaixo.
Modelo de inovação aberta. Fonte do autor. Baseado em Chesbrough, 2003
Conforme Chesbrough (2006) utilizando o modelo aberto, a empresa aproveita melhor os resultados de Pesquisa e Desenvolvimento, aplicando no seu portfólio de produtos, transferindo tecnologia para terceiros ou através de empresa spin-off , atingindo novos mercados e resultados significativos. Para Chiaroni (2010), um fator que merece atenção é as mudanças significativas que ocorrem na evolução da organização, quando a empresa muda de um modelo fechado para aberto.
Este modelo pressupõe que o conhecimento para promover inovações encontra-se em qualquer lugar da rede de valor da organização e no mundo globalizado. Seguindo os seguintes princípios:
· Abrir as portas do Instituto para idéias que venham de fora; de centros de pesquisa, universidades, outras empresas, mesmo que concorrentes.
· Atuação de P&D: Buscar usar tecnologia externa para alavancar o próprio processo interno de pesquisa e desenvolvimento, e identificar oportunidades em outras empresas para que usem sua própria tecnologia no desenvolvimento de seus negócios.
· Transformar a área de P&D interno do Instituto e dos laboratórios de inovação, buscando identificar tecnologias promissoras para aplicação interna, e elaborar uma arquitetura capaz de integrar facilmente essas tecnologias em seus sistemas.
· As equipes do P&D deverão ser integradoras de tecnologias que possam surgir de fornecedores, distribuidores, clientes e outros atores de sua rede de valor.
· Valorizar as contribuições intelectuais das pessoas de dentro e fora da organização; buscar essencialmente lançar produtos, licenciar patentes para terceiros, franqueiae a troca de conhecimentos e incorporar tecnologias de outros, dividindo riscos e benefícios.
· Promover a gestão da inovação por meio de processos sustentáveis à longo prazo e não somente em lançar produtos originais.
· Buscar recursos externos para a inovação e avaliar conceitos e produtos na comunidade de inventores; desenvolver e aprimorar tais conceitos para que sua viabilidade de produção e potencial comercial possam ser avaliados; e oferecer os resultados almejados pelas empresas para as quais presta seus serviços.
· Buscar fontes e recursos externos para a inovação e identificar idéias ainda em estado bruto;
· Processos e estruturas que conectam uma rede global de buscadores e solucionadores de problemas, que permita identificar e contratar as competências necessárias para lidar com desafios técnicos difíceis de resolver internamente.
· Buscar integrar descobertas científicas de forma inovadora, na forma de uma nova experiência de consumo.
A inovação aberta não leva a empresa somente a intensificar as relações com as organizações externas, mas envolve o modelo de negócio como dispositivo para a tomada de decisão (CHESBROUGH, 2006). Nota-se que a estrutura organizacional deve estar focada aos conhecimentos adquiridos no processo de inovação. A criação de unidades ou forças tarefas independente do negócio da empresa (HANSEN E NOHRIA, 2004).
Segundo Chesbrough (2010), o futuro da inovação aberta depende de algumas perspectivas, onde destaca se algumas:
(i) a divisão do trabalho – requer-se uma maior especialização devido as tecnologias mais complexas com foco a longo prazo;
(ii) o usuário – deve-se entender melhor as necessidades dos usuários e utilizar ferramentas que permitem que o cliente crie ou configure o seu próprio produto, integrando solucionadores de problemas externos ou criadores de ideias. Von Hippel (1986) define uma categoria especial de usuários chamada de usuários líderes e que se diferenciam de usuários comuns. Eles buscam suas necessidades meses ou anos antes da massa de consumidores e estão motivados no esforço para a inovação. De acordo com Nambisam (2002) existe uma variedade de papéis que os clientes podem atuar na inovação de produtos e criação de valor.
(iii) A perspectiva cultural – ela começa com a mudança de mentalidade. É influenciada pelos valores culturais da empresa, por sistemas de incentivos, de informação, de critérios de decisão e de plataformas de comunicação. Para Chesbrough (2006), o desenvolvimento e a pesquisa contribuem significativamente para o desenvolvimento tecnológico, os quais permitem incorporar inovações em produtos e serviços. O autor comenta ainda que a velocidade das inovações e o aumento da competitividade entre as empresas estão em constante movimento para garantir suas posições no mercado. Na figura abaixo vê-se a comparação dos modelos de inovação fechada e aberta. No modelo fechado têm-se uma menor receita total em virtude da vida útil do produto ser menor atualmente. Em vista disso os custos se tornam elevados. No modelo aberto, a receita é maior, diminui os custos e ainda incrementa se no negócio novos mercados e novos produtos, spinoffs e royalties de patentes concedidas.
Comparação dos Resultados dos modelos fechado e Aberto. Fonte: open inovation Center 2011
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